• sexta-feira, 1 de abril de 2011

     Escrito por Luis Ganem
     
                    

    Tem coisas na vida que passam despercebidas pela gente e somente quando somos instigados por esses acontecimentos é que paramos paraobservar de forma mais concentrada de que forma eles acontecem.

    Essa semana mesmo estava eu imaginando do que falaria. Qual o assunto pós carnaval que mereceria ou poderia se tornar uma coluna. Tenho aprendido a triar de forma responsável e ética os tópicos que podem ser interessantes em detrimento ao que penso serem sensacionalistas e uma grande perda de tempo para mim e para os leitores.

    É tanto assunto que existe pra falar, tanta historia que tenho que triar. Mas um fato me chamou a atenção neste fim de semana: o documentário de Wilson Simonal no GNT (canal fechado da SKY). Nada que não soubesse, ao menos a parte da historia na qual ele é acusado de ter servido a Ditadura. Mas foi um detalhe do documentário que me impressionou e me posicionou para escrever a coluna.

    A aceitação que ele tinha perante as massas. Fiquei impressionado com o poder hipnótico que ele tinha e como as pessoas paravam para ouvi-lo cantar e falar. Cada gesto cada movimento cada fala era ouvida atentamente com emoção. Fquei com aquilo na cabeça. E lá fui ver o show publico que Ivete Sangalo ofereceu como presente a cidade do Salvador (462 anos).

    Lógico que em principio imaginei poder desfrutar de tudo que vi no DVD do Madison. A luz, o som, os detalhes de produção, a performance da cantora. Enfim, o que normalmente me interessa em um show. Mas depois de algumas musicas percebi em Ivete Sangalo o mesmo domínio das massas que vi assistindo ao documentário de Wilson Simonal.

    Comecei a reparar que a cada coisa que ela falava as pessoas riam e comentavam. Mesmo os assuntos mais picantes tinham na voz de Ivete um conotação de fala de criança engraçada, de conversa de amigo. Era tão evidente o domínio sobre o público que músicas simples como a do Chapeuzinho Vermelho foi cantada por todos (inclusive por mim, risos!) como um grande sucesso do momento.

    E ai foi que minha ficha caiu. Caramba! Eu estava fazendo historia junto com Ivetinha. Sim! Estava ali escrevendo uma parte da historia que um dia iria ser contada, sobre quando a maior cantora do país no começo do século XXI fez um show em praça pública para comemorar o aniversario da sua terra (nasceu em Juazeiro, mas foi adotada por Salvador) Comecei a perceber isso e fiquei alguns minutos parado emocionado.

    Pensei: Caramba que momento mágico. O mais engraçado é que, a partir desta hora, me dei a perceber o encantamento das pessoas com Ivete e é impressionante o poder que essa moça tem. Acredito piamente que qualquer pessoa que estava triste naquele dia e que assistiu ao show saiu dando risada pra todos os lados.

    E que ninguém diga que somente Axé foi tocado, viu. A cantora caiu pesado na pagodeira e cantou um pout-porri de quebradeira que vamos considerar. Não tinha ninguém parado. Até quem não sabia dançar dançou, do garçom ao diretor artístico da gravadora dela, todo mundo quebrou até o chão (risos!).

    Minhas impressões foram tantas e tão diversas que chegam a ser indescritíveis. E aí fiquei pensando: O que dizer mais dessa moça que tanto demonstra o amor por sua terra, sua gente? Que diz em alto e bom som que não poderia começar nada na vida dela que não fosse pela Bahia, sua terra. Que prepara um show de duas horas e toca quase três horas e meia. Que tem tanta moral com Deus e São Pedro que na hora do show parou de chover. O que dizer dessa moça que da chance aos novos e tenta ajudar os que já foram sucesso a voltar a mídia? Olha, se for falar algo já se torna tão repetitivo que o melhor que posso fazer agora é aplaudir e muito.

    Valeu Ivete, Parabéns Salvador!.

    Na baixa dos sapateiros encontrei um dia, a morena mais frajola da Bahia...

    Fonte: Holofote: Notícia
    Postado por Beta Oliveira